sábado, 3 de agosto de 2013

Rentabilidade - Julho de 2013


O rendimento da carteira PB foi de -3,06% contra uma alta do Ibovespa de 1,64%, o que me deu uma desvantagem de 4,62%, longe da minha meta. O rendimento no ano é de -4,93%. O rendimento acumulado despencou para 10,22%. Veja o quadro abaixo para mais detalhes:




Na prática fiquei R$ 5.500,00 mais pobre. Como tinha dito no post passado, efetuei um hedge vendendo 8 contratos do mini-índice. Além disso, comprei 3 contratos mini-dólar. Esse hedge funcionou bem, bem até demais. Toda essa alta da bolsa a partir do dia 10 foi neutralizada na minha carteira. A perda de -3,06% no mês foi provocada no começo do mês quando não tinha o hedge ainda, aberto dia 8. A partir do hedge as variações foram bem pequenas. 

Os contratos do mini-dólar já rolei eles. Os contratos do mini-índice vou levar até o vencimento dia 15. Até lá já vai ter saído todos os balanços e eu vou poder avaliar se mantenho, reduzo ou elimino o hedge.

Este mês aportei R$ 10.000,00, mas não comprei nada. O dinheiro ficou parado na conta para servir de ajustes dos mini-contratos. Também não vendi nada.

Nesse mês recebi R$ 234,00 de proventos de pine4, dayc4, e autm3.

Sucesso a todos!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Protegendo a carteira na crise

Tendo em vista a volatilidade e as incertezas no mercado de renda variável, resolvi esse mês tomar medidas de proteção à carteira PB. Esse mês me cadastrei na BMF para operar derivativos, em especial mini-índice, WIN. Essa era uma estratégia que eu já pretendia fazer há vários meses, mas que vinha adiando por desídia. Ah, se arrependimento matasse!!!


Pois bem, vendi 8 contratos WINQ13 pelo preço médio de 45.625 pontos, que pretendo carregar até a liquidação. Para quem não conhece essa operação segue uma explicação simplificada: cada contrato do mini-índice vale em reais 1/5 do valor do índice Bovespa. Por exemplo, se você comprar um contrato por 45.000 pontos, você estará comprando o direito de R$ 9.000 que variarão conforme a variação do índice. Nesse caso, como você comprou, ganhará dinheiro se o Ibovespa subir. No meu caso eu vendi, então eu só ganho se o índice cair.

Como o mini-índice é um derivativo, você não precisa gastar R$ 9.000 se quiser comprar um contrato, nem receberá R$ 9.000 se quiser vender um contrato. Você recebe ou paga apenas a diferença entre o valor do seu contrato e o fechamento do índice. E todo dia tem esse ajuste no seu saldo na corretora. Para operar um contrato, você precisa hoje de ativos no valor de R$ 1.900 (esse valor altera todo dia conforme o índice sobe ou desce). Desses R$ 1.900, é bom que pelo menos R$ 1.000 sejam em dinheiro para os ajustes diários.

Ao vender esses contratos, o valor da minha carteira fica parcialmente travado. Isso ocorre porque se o Ibovespa cai, eu vou ganhar dinheiro com os contratos vendidos no WIN, mas ao mesmo tempo é bem provável que as ações da minha carteira também estejam perdendo valor. Se o Ibovespa sobe, eu perco dinheiro com os contratos vendidos do WIN, mas ganho pela valorização provável das ações. Essa operação não trava o valor da carteira perfeitamente, apenas vai amortecer as oscilações, tanto para cima quanto para baixo.

A quantidade de contratos vendidos é calculada de forma a dar a melhor proteção da carteira. Como cada contrato protege R$ 9.000, com 8, eu protejo R$ 72.000. A minha carteira tem hoje R$ 142.000 em ações, mas eu preciso vender apenas metade disso em WIN para obter a proteção completa, porque o Beta estimado da carteira é 0,5. Os motivos de como isso funciona e como calcular o Beta de sua carteira, leia no blog do amigo Treidar Pra Que.

Vão perguntar, mas se você acha que vai cair, porque não vende os papéis?

Primeiro, pela quantidade de papeis que tenho, eu gastaria mais corretagem do que vendendo os WIN. Segundo, como meus papeis tem baixa liquidez por serem small caps em sua maioria, eu perderia com o spread da cotação na venda. Terceiro, e mais importante, a carteira PB de ações tem demonstrado rendimento médio superior ao Ibovespa, tanto na queda quanto na alta do índice, portanto se isso se mantiver, a carteira PB agora combinada com os WIN vai ter rendimento positivo sempre, seja na queda quanto na subida do Ibovespa. Vai ser como uma renda fixa rendendo a diferença entre os rendimentos dos papeis e do Ibovespa. Aposta a conferir!  

Outra decisão que tomei foi a compra de 3 contratos de mini-dólar  por R$ 2.270,00. Esse contrato é outro derivativo que opera nos mesmos moldes do mini-índice. Cada contrato do mini-dólar, WDO, equivale a 10.000 dólares, portanto R$ 22.700,00. Então estou comprado em 30.000 dólares. A alta no dólar é uma aposta que já venho fazendo há muito tempo. Eu já tinha uma aplicação em um fundo em dólar, mas devido a alta taxa de administração, agora desfiz, apliquei em renda fixa o saldo e vou continuar apostando na  alta do dólar usando o WDO.

Pretendo rolar esses contratos a medida que forem vencendo, mas não sei até quando, dependerá do mercado. Essas medidas alterarão o cálculo do rendimento da carteira PB, pois até o mês passado, o rendimento da carteira PB se consistia apenas nas variações dos papeis, mas agora vai englobar os papeis e os contratos de mínis.

Esse incremento na estratégia da carteira PB fará que ela deixe de ser como um fundo de ações, mas passe a ser o equivalente a um fundo multimercado, ou em bom inglês um hedge fund.

sábado, 29 de junho de 2013

Rentabilidade - Junho de 2013

É bonito ver essa queda toda. E falo sério! O medo, o desespero, as previsões apocalípticas e o princípio de pânico retratados na imprensa, fóruns e blogs, geram um sentimento diferente quando se está comprado na bolsa em relação a ser apenas um observador externo. Em 2008, eu não estava na bolsa, então não sabia como era a sensação. Alguns vão dizer que agora não se compara a 2008, mas discordo.

Eu mantenho um planilha com um cálculo do Ibovespa ajustado e ela aponta, em um dos cenários, que hoje já estamos mais barato que o fundo de 2008. Em 2008, a queda foi grande, mas como seu início partiu de um ponto muito esticado em relação a uma linha base, a maior parte da queda se deu por excesso de crescimento. O delta da queda de agora pode até ser menor, mas como ela partiu de um nível bem inferior ao pico de 2008, o resultado é uma depressão expressiva na bolsa.

O momento é um oportunidade ímpar para entrar na bolsa. Não que não vai cair mais, pois até acho que isso vai acontecer, como já tinha dito aqui e aqui, mas não dá para ficar inerte tentando acertar o fundo. Vou fazer um post detalhando como calculei isso para ficar mais claro.

O rendimento da carteira PB foi de -7,55% contra uma queda do Ibovespa de 11,31%, o que me deu uma vantagem de 4,23%, superando com folga a minha meta. O rendimento no ano é de -1,93%, zerando os ganhos do ano. O rendimento acumulado despencou para 13,70%. Veja o quadro abaixo para mais detalhes:



Na prática fiquei R$ 11.300,00 mais pobre. A estratégia de todo mês ganhar do Ibovespa por uma margem mínima mostrou seu valor nessa queda. Desde o começo da carteira, as compras mensais foram realizadas com Ibovespa na faixa de 55 a 60 mil. Porém, precisou o Ibovespa cair para os 48 mil pontos para que a carteira voltasse a ter o valor exatamente igual a grana que aportei.

Isso ocorreu, porque a carteira PB ganhou do Ibovespa em 11 dos 13 meses da carteira, então criou-se uma capa de gordura que foi sendo consumida ao longo dos últimos 3 meses de queda.

Outra forma de ver isso, é como se eu tivesse hoje, com Ibovespa bem barato, entrando na bolsa agora com toda a grana que aportei e comprando as ações que tenho hoje pelo preço de agora. Ou seja, comprando por preços baratos. 

Entretanto, a capa de gordura acabou, então se continuar caindo, vou pela primeira vez operar com menos grana do que investi.

Este mês não iria aportar nada, pois o aporte de junho já tinha antecipado em maio, mas não resisti e no final do mês aportei R$ 10.000,00. Com essa grana reforcei posição em pine4, cgra4, unip6, cple3 e euca4. Não vendi nada.

A carteira atual ficou assim:



Nesse mês, recebi R$ 402,00 de proventos de 3 empresas.

Sucesso a todos!

sábado, 8 de junho de 2013

Balanço de aniversário da carteira PB

A carteira PB completou 1 ano de aniversário no final de maio e quem já era meu leitor pôde acompanhar mensalmente os resultados obtidos. Agora vou apresentar o resultado consolidado desse período.

Foram doze meses aportando em renda variável, especificamente só em ações. Durante esse período, todas as compras e vendas foram baseadas na mesma estratégia de seleção dos papeis. A estratégia que usei foi retirada do livro "What Works on Wall Street" de James O’Shaughnessy (http://www.whatworksonwallstreet.com).

Esse livro compila dezenas de estratégias de investimentos baseadas em múltiplos fundamentalistas. Cada estratégia é testada com dados passados de várias décadas e os resultados obtidos apresentados detalhadamente.

Se quiser ter uma ideia melhor de como foram testadas algumas dessas estratégias, leia os seguintes posts: Investir com base no Preço/Lucro é eficaz?Investir com base no P/VP é eficaz? e Investir com base no DY é eficaz?. No caso da carteira PB, a estratégia utilizada é baseada em uma das que obteve o maior rendimento apresentado no livro.

Em doze meses a carteira PB rendeu 23% líquido de todos os custos de operação, tais como custódia, corretagens e emolumentos. Isso significa que R$ 100,00 investidos no primeiro dia teriam virado R$ 123,00, caso não se tivesse aportado nem sacado nenhuma outra quantia. No mesmo período, o investimento de R$ 100,00 no índice Bovespa teria virado R$ 98,20. Considero esse resultado excelente, muito além da minha expectativa.

Conforme eu já tinha discorrido no post Batendo o Ibovespa, a meta que adotei para a carteira PB é obter rendimento igual ou superior ao do índice Bovespa acrescido de 10% ao ano. Ou seja, uso o Ibovespa como benchmark da carteira, mas não me satisfaço apenas em ser maior do que ele, a carteira tem que conseguir pelo menos 10% a mais. Mais sobre benchmarks para carteiras leia no post Benchmark correto para sua carteira.

Então, como o resultado foi 25,2% maior que o Ibovespa, a meta foi superada com folga. O gráfico abaixo ilustra o rendimento da carteira PB nos últimos doze meses. A linha Meta nada mais é que o Ibovespa acrescido de 0,8% ao mês, que totalizam os 10% a mais em um ano. O objetivo é ficar acima da linha verde e não apenas da vermelha.

Tendo em vista que o índice SMLL vem performando melhor que o Ibovespa, então informalmente estou mantendo uma comparação com ele também. Isso porque como existe ETF que replica o SMLL, caso eu fique acima da meta, mas sistematicamente abaixo do SMLL, então devo avaliar se não compensaria migrar para o ETF. 


Pelo gráfico nota-se que apenas em dezembro a carteira PB esteve abaixo da meta, mas logo se recuperando e imprimindo boa vantagem. Já o índice SMLL deu calor nos primeiros sete meses, mas a partir de janeiro pediu água. Dos doze meses, a carteira PB rendeu mais que o Ibovespa em 10 e menos em 2 meses.

O rendimento de 23% é tão bom, que caso fosse possível repeti-lo todo ano, mesmo sem aportar mais nada ao montante já aplicado, eu me tornaria bilionário em 42 anos.

Com relação ao crescimento patrimonial, ele não cresceu 23% como se poderia crer, porque o montante não foi todo aportado no início, mas gradualmente ao longo dos meses. Assim, foi aportado no total R$ 140.000,00, que se tornou R$ 150.763,00, um acréscimo de 7,7%. Caso tivesse aportado R$ 140.000,00 todo no começo, aí sim teria obtido uma ganho de 23% e hoje teria R$ 172.000,00.

Recebi no total R$ 2.200,00 de proventos, nos quais incluem os dividendos, os juros sobre capitais e direitos de subscrições. Mais da metade desses proventos recebi em um único mês, maio passado. O valor desses proventos já está incluso no rendimento apresentado.

Para visualizar melhor o rendimento da carteira PB, fui em busca de uma comparação com o rendimento dos fundos de ações disponíveis no mercado. Os Fundos de Investimentos em Ações - FIA - são aqueles com pelo menos 67% aplicado em ações, conforme classificação da Comissão de Valores Mobiliários, ao que a carteira PB se enquadraria, já que tem 100% aplicado em ações. No site Infomoney é possível obter um ranking de rendimento desses fundos.

Peguei o ranking dos FIA exatamente no período de 31/05/12 a 31/05/13. O ranking tem 421 fundos listados. O maior rendimento foi de 60% do fundo Banrisul Ações FI e o pior do Itaú Pers Ações Multi Setorial com -22%. A média de rendimento foi 11%, exatamente igual a mediana, o que revela uma distribuição normal, aquela em forma de sino. O desvio padrão foi de 11,4%. 

O gráfico abaixo é a distribuição dos 421 fundos e seus rendimentos.



Com 23% de rendimento a carteira PB ficou em 61º lugar no ranking, indicado pela seta 1 do gráfico. Essa posição é 1 desvio padrão acima da média.

Agora vem a vantagem de se operar uma carteira própria: todos esses fundos apresentam seus rendimentos pré imposto de renda, o que significa que seus investidores ainda terão que pagar 15% de IR, diminuindo o rendimento divulgado.

Já com carteira própria, posso vender até R$ 20.000,00 por mês sem precisar pagar IR, mesmo auferindo lucro. Na prática, então, um fundo para que renda 23% de forma líquida para o investidor precisa render 27% (27 x 0,85= 23). Dessa forma, o rendimento da carteira PB equivale a de um fundo que rendeu 27%, indicado pela seta 2. Essa subida leva a carteira PB para a posição 33ª do ranking. 

Essa vantagem da venda até os R$ 20.000,00 diminuirá com o tempo, pois à medida que a carteira crescer não será possível acomodar as vendas dentro desse limite.

Concluindo, o resultado bem acima da meta é animador e encoraja o prosseguimento dos aportes e a manutenção da estratégia adotada.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Rentabilidade - Maio de 2013

Voltando agora de viagem do feriado e como eu só tinha a internet no celular não dava para postar o rendimento antes.

Esse mês mais algumas dados decepcionaram na economia. Já são vários os indicadores que levam a um pessimismo para justificar onde o Ibovespa está. Inflação alta, juros subindo, dólar subindo, PIB subindo menos que o esperado, balança comercial negativa, transação corrente para lá de negativa e superávit primário caindo, esse mesmo com a manipulação das contas do governo. O único dado econômico importante que ainda resiste heroicamente é a taxa de desemprego baixa.

E é o emprego em alta que ainda segura o que sobrou da economia. Mais do que a renda auferida pelos trabalhadores empregados, a mola mestra da economia é o crédito para consumo, disponível justamente a quem tem renda formal. Se o desemprego seguir o caminho dos demais indicadores, além da perda da renda dessas famílias, a concessão de crédito vai diminuir, resultando na redução do consumo alavancados pelo crédito. 

Para piorar, esse cenário ruim ocorre num momento em que as bolsas lá foram estão em topos históricos, portanto com muita gordura para queimar em caso de algum país cair em crise e contaminar o resto do mundo. E não tem dessa de que aqui seria poupado só por que já está bem baixo. Pelo contrário, com os americanos sendo responsáveis por dois terços do giro da bolsa, se eles precisarem se recolher para protegerem seus capitais, aqui vai descer fundo.

Para ilustrar o que estou falando, na segunda passada, dia 27, foi feriado Memorial Day nos EUA, nesse dia aqui girou apenas R$ 2,5 bi, contra os R$ 7 a 8 bi de costume (a título de curiosidade só a Apple gira R$ 12 bi por dia na Nasdaq). Em resumo, a bolsa não tem capital nacional capaz de absorver a venda maciça dos americanos, caso seja preciso, sem que seja necessário grandes quedas do índice.

Então, se ocorrer uma evento externo ruim combinado com uma taxa de desemprego crescente aqui, pode-se apertar os cintos, por as poltronas na vertical e se preparar para uma pouso forçado que o Ibov nos 40k é logo ali. Mas chega de agourar, esse post é do balanço do mês.

O rendimento da carteira PB foi de -1,56% contra uma queda do Ibovespa de 4,30%, o que me deu uma vantagem de 2,86%, superando com folga a minha meta.  O rendimento no ano é de 6,08% e o acumulado geral 22,99%. Veja o quadro abaixo para mais detalhes.


Na prática fiquei R$ 2.120,00 mais pobre. Este mês aportei R$ 30.000,00, relativos a cota de abril, maio e junho. Com o fim da temporada de balanço, o meu sistema de compra e venda indicou o remanejamento que precisava ainda fazer. Vendi embr3, hbor3, csmg3 e dirr3. Comprei temp3, cple3, cmig3 e mndl3. E aumentei posição em 11 papeis que já tinha para manter a proporção próxima de 4% para cada.

A carteira atual ficou assim:


Nesse mês, os proventos foram recorde. Recebi R$ 1.247,00 de proventos de 14 empresas.

Sucesso a todos!

sábado, 11 de maio de 2013

Bonificação de HBOR3

Em abril, recebi bonificação de hbor3. Foi a primeira vez que recebi isso. A bonificação consistia em receber 30% a mais de papeis de graça. No meu caso, que tinha 400 papeis, recebi mais 120.



A bonificação é diferente do desdobramento ou grupamento (split/inplit). Esses dois últimos são meros ajustes numéricos no preço do papel e na quantidade possuída com o objetivo de colocar o preço do lote padrão num patamar atrativo. O tanto que um deles aumenta ou diminui é compensado na mesma proporção pelo outro, de forma que produto entre ambos permaneça constante. O preço médio fica também alterado na mesma proporção.

Já a bonificação trata-se de uma operação contábil. A empresa incorpora parte da reserva de lucros para aumentar o seu capital social. Isso em si não gera valor algum ao acionista, pois se trata apenas de reduzir o valor na rubrica de reserva de lucro e aumentar a de capital integralizado, de modo que o patrimônio líquido continua o mesmo. Em suma, tinha um dinheiro na conta com um certo nome que passou a ter outro, mas a quantia não mudou.

Mas veja o que ocorreu na prática no caso da hbor3. Eu tinha 400 papeis a um preço médio de R$ 11,57. Recebi 120 papeis de graça, mas para efeitos fiscais custaram R$ 5,04 cada, conforme a Helbor declarou. Pela cotação do dia 30/04, o papel fechou em R$ 9,94, o que equivale a R$ 12,92 (9,94 x 1,3) antes do ajuste da bonificação e como o meu PM era R$ 11,57, então eu tinha 11,6% de ganho.

Ou seja, antes da bonificação eu estava no lucro. A bonificação faz os mesmos ajustes no preço e na quantidade da mesma forma que o desdobramento, então, também, não tem o poder de alterar os ganhos e as perdas. Ou seja, após a bonificação eu ainda continuo no lucro. Antes eu tinha 400 papeis a R$ 12,92 (preço de véspera de bonificação), que dava R$ 5.168,00, e passei a ter 520 papeis a R$ 9,94 que dá R$ 5.168,00. Tudo igual como se fosse um desdobramento.

Agora vem a diferença da bonificação para o desdobramento. Se a ação tivesse apenas se desdobrado, eu teria 520 papeis a um preço médio de R$ 8,90 (11,57/1,3), o que me daria o mesmo rendimento de 11,6% ao preço pós bonificação de R$ 9,94 e me colocando no lucro. No entanto, como esses 30% vieram com um preço declarado de R$ 5,04, o meu preço médio terminou em R$ 10,06. Portanto, ao preço de mercado de R$ 9,94 eu passei a ter prejuízo, pois o meu PM é maior que preço do papel. Mas esse prejuízo é apenas contábil, financeiramente o meu ganho ainda existe.


Isso ocorre, porque apesar de você receber de graça a ação da bonificação, ela chega com um preço como se você tivesse pago por ela. No caso, o preço de R$ 5,04 por papel. Esse preço é calculado pela empresa em função da reserva de lucro incorporada. No caso da hbor3, ela incorporou 300 milhões de reais e criou cerca de mais 60 milhões de ações.

O novo preço médio do acionista é calculado conforme dispõe o art. 47 da Instrução Normativa 1.022/2010 da Receita Federal:
§ 1 º   No caso de ações recebidas em bonificação, em virtude de incorporação ao capital social da pessoa jurídica de lucros ou reservas, considera-se custo de aquisição da participação o valor do lucro ou reserva capitalizado que corresponder ao acionista ou sócio, independentemente da forma de tributação adotada pela empresa. 
Fazendo esse cálculo o meu preço médio não caiu 30% para compensar o ganho de 30% de ações novas, como ocorre no desdobramento, mas caiu apenas 13%, o que fez eu sair do lucro para o prejuízo contábil.

Curiosamente, e lamentavelmente, a minha corretora ainda mostra meu preço médio como sendo R$ 11,57. Ou seja, ela entendeu que os 120 papeis novos chegaram pelo mesmo preço dos antigos. Se eu não soubesse desse erro, a corretora poderia me levar a sonegar imposto. Pois caso o preço do papel suba para R$ 11,50 e eu os vendesse, pela corretora eu não teria de pagar imposto, mas como na verdade meu preço médio é R$ 10,06 eu teria que pagar alguma coisa.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Rentabilidade - Abril de 2013

O rendimento da carteira PB foi de -0,71% contra uma queda de 0,78% do Ibovespa, o que resultou num empate técnico com o Ibov. Então, esse mês não alcancei a meta que seria de ter fechado em pelo menos 0,01%.


Mas os rendimentos anuais e históricos ainda estão bem acima das respectivas metas. Não aportei nada esse mês. Rendimento no ano de 7,77% e histórico de 24,94%.



Fiquei R$ 880,00 mais pobre. Os destaques positivos do mês foram sled4 com 19%, whrl4 com 14%, eter3 e dirr3 com 10%. Os destaques negativos foram euca4 com -16%, dayc4 com -13%, fjta4 e unip6 com -10%

Recebi R$ 335,00 de proventos vindos de diversos papeis. Recebi uma bonificação de 120 ações da hbor3, que equivale a 30% da posição de 400 que eu tinha. Foi a primeira vez que recebi bonificação.

Veja a carteira de fechamento de mês:


Nesse mês não comprei nem vendi nada. 

Em maio volto às compras com o aporte triplo, que vou fazer em razão da nova safra de balanços.

Sucesso a todos!